Saturday, November 15, 2008

Blogagem Política - A livre troca é a base de qualquer avanço. Não à lei Azeredo


Hoje, 15 de novembro, é dia da Blogagem Política Coletiva II, contra a Lei Azeredo (cibercrimes), pela liberdade na internet. A ação via blogs pode ser o ápice do movimento ciberativista após uma intensa semana de movimentações contra esta lei com artigos absurdos que tramita na Câmara em caráter de urgência.

Na quinta-feira, vários movimentos em defesa da cultura livre estiveram presentes na Audiência Pública na Câmara dos Deputados, com argumentos mais que convincentes da impropriedade que está sendo proposta. Protocolada pela Safernet, com a apoio de outras instituições, a solicitação desta audiência é uma resposta a primeira petição online contra a lei de cibercrimes, que foi lançada pelos ativistas baianos e angariou 13.332 assinaturas.

Já com o apoio e liderança de Sérgio Amadeu, André Lemos e João Carlos Caribé, nova petição direcionada ao Senado junto ao manifesto "Em defesa da liberdade e do progresso do conhecimento na Internet Brasileira", alcançou 70 assinaturas em 14 dias e possui hoje mais de 120 mil. Assine.

Duas questões me incomodam profundamente nesse processo. A primeira é da miopia de um poder legislativo querer coibir a livre troca de informações entre usuários. A lógica da internet, muitas vezes comparada a da produção do conhecimento através da comunidade científica, fundamenta-se na livre circulação das informações, de dados, de arquivos. A troca de informações expandiu-se para além de qualquer muro e indica uma forma diferenciada de pensar e gerir negócios. A interdependência de conhecimentos e pessoas, a participação, a cooperação, a colaboração, somente é possível em função desta dinâmica em rede, colaborativa. Talvez com ela venhamos inclusive a pensar e propor modelos econômicos diferenciados. Com a aprovação da Lei Azeredo a livre troca de arquivos divulgando informações no modelo um-todos pode ficar inviabilizada via internet, limitando inclusive a produção do conhecimento científico.

A segunda é a vinculação da lei de Cibercrimes com as solicitações referentes a uma maior transparência em defesa dos direitos humanos, pela própria Safernet, devido a ações de pedófilos. Como se uma questão se restringisse à outra. Como bem disse Pádua, "as máscaras caíram", pois a lei que pune a pedofilia via internet foi aprovada na terça-feira passada, 11/11. A Safernet, feita por ativistas do Projeto Software Livre da Bahia, atenta para este tipo de ação de deputados vinculados a interesses outros do que o bem social, desde aquele primeiro momento se posicionou e chamou a atenção da sociedade civil.

Talvez a audiência tenha conseguido avanços significativos, porém somente teremos certeza mediante votação de um texto coerente. Cabe-nos a manifestação, a nos pronunciarmos, discutirmos, agirmos.

Esse artigo participa da blogagem política coletiva II, contra o Projeto de Lei de Cibercrimes do Senador Eduardo Azeredo.

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Sunday, November 09, 2008

Tributo a uma semana histórica

O sonho anunciado em 1963:



Os familiares e equipe de Obama nos bastidores no momento do reconhecimento da vitória pela imprensa, do discurso de concessão de McCain e do discurso do presidente eleito.

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Friday, November 07, 2008

"Presidente eleito" encerra saga do New York Times sobre a campanha americana

O New York Times divulgou hoje o quarto capítulo do vídeo "Escolhendo um presidente" que retrata a construção da campanha presidencial nos Estados Unidos. Com as longas fila de votação e a emoção dos eleitores em belíssimas fotos que compõem os discurso de McCain e de Obama - já como canditados derrotado e eleito - "Presidente eleito" conclui uma narrativa centrado no eleitor.

O primeiro capítulo, "Cenário", apresenta o começo da campanha oficial, em fevereiro deste ano, e a alteração de comportamento dos eleitores americanos. Com foto e estado indicado, as pessoas justificam sua ida às urnas nas prévias da super terça (quando um grande número de estados americano escolhe os candidatos oficiais dos partidos). Como a presença do eleitor foi recorde, a narrativa retorna a 2006 para explicar o porquê de McCain e Obama terem sido os eleitos. A palavra "mudança" foi a chave de ambas candidaturas.

"Os candidatos" fala de como McCain e Obama são percebidos pelos americanos em função de suas histórias de vida, posicionamentos políticos e estratégias pessoais. Com belas fotos e vídeos de programas televisivos, discursos e debates, a narração conduz à nomeação e escolha de seus vices. Com a crise econômica, as campanhas mudam suas estratégias e Obama começa a se destacar.

Em "Os eleitores", questões como a falta de experiência de Obama e o ineditismo de uma candidatura negra em um país marcado pela luta de igualdade racial aparecem nos depoimentos. Nas fotos e declaração do fotógrafo que acompanhou a campanha de Obama, a verdadeira face dos afro-americanos aparece: emoção mediante o momento histórico de poder eleger um presidente negro. Por outro lado, os eleitores republicanos se dividiam entre apoio e aceitação a McCain, em função dele ser mais liberal, até a entrada da consevadora Sarah Palin. Diferentes pessoas declaram seus votos a um ou ao outro candidato.

No capítulo final, o presidente está eleito. E a beleza das fotografias em narração supera a alegria dos shows ou as falas dos discursos. A menina branca apoiando a mão de Obama que se entrelaça a outra; a moça negra que conforta o rapaz branco quando se ouve McCain aceitando a vitória de Obama; os olhos tristes e afetuosos das senhoras quando ouvem sobre a necessidade de apoio e união para o bem do país; as mãos, as cabeças, os símbolos, o choro dos eleitores de Obama. A esperança em forma de oração; o cansaço da espera; o sorriso, os braços, a alegria da vitória; a mistura de raças; a diversidade.

Boas narrativas constroem mitos, mas não fazem líderes.

Em termos técnicos, o som oscila ao passar de um capítulo para outro. E como vídeo em um jornal impresso é excelente, mas estando na web, não seria muito mais interessante se fosse interativo e multilinear? Poderia perder na grandiloqüência, ou para ser mais precisa, na força narrativa. Será?

Tanto Obama quanto McCain não eram os candidatos apoiados pela cúpula majoritária de seus partidos, que aceitou a decisão dos eleitores, a vontade popular. Por isso não é de estranhar que as palavras de seus discursos finais sejam tão parecidas.

Ok, publiquei no Gjol, mas resolvi colocar aqui tb. :-) Falha do "recesso".

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Tuesday, November 04, 2008

Blog em recesso

Car@s,

este blog está em momentâneo recesso.

Por favor, acompanhe minhas publicações no Blog do GJOL - Jornalismo & Internet.