
De terça-feira a sábado, oficinas, palestras, mesas temáticas e mesas redondas, além de bate-papos informais debateram, por tabela, o ciberjornalismo no
maior evento sobre internet 2.0 já realizado no Brasil. Por tabela, porque não houve um espaço específico, uma programação voltada para as questões do jornalismo digital. Então, a área naturalmente ocupada pelos jornalistas, uma das comunidades mais ativas do Campus Party, foi a CampusBlog.
Coordenada por
Lúcia Freitas , o CampusBlog mostrou quem bloga, para que bloga, como bloga e

como se pode blogar. Com uma das programações mais acessíveis dos setores do evento (
CampusBlog,
BarCamp,
Criatividade,
Desenvolvimento,
Modding,
Games,
Robótica,
Música,
Software Livre,
Simulação e
Astronomia), as palestras sempre com grande número de assistentes mostraram ferramentas para publicar conteúdos e para incrementar postagens.
Uma das brincadeiras, mas que denota a seriedade das alterações do processo de produção do jornalismo, foi o
pterorepórteres dos veículos credenciados para a cobertura oficial do evento. O espaço de trabalho da chamada "imprensa tradicional" (muitos deles de mídia digital e blogueiros) foi um aquário na área central, entre as bancadas de computadores e os palcos das palestras e oficinas, no mais cartesiano modelo. Quando comentei a necessidade de discussões entre academia, mercado, jornalistas e usuários, Lúcia afirmou:"A ênfase desta comunicade é com a prática, com o fazer. A gente faz com a academia o mesmo que com os jornalistas, deixa ali no aquário".

A mesa temática "
Jornalismo e a Nova Economia" foi o único evento específico na programação oficial. Anunciada anteriormente com a presença de
outros colegas, foi composta por profissionais identificados como jornalistas, publicitários e blogueiros, como
Pedro Dória,
Heródoto Barbeiro,
Suzana Apelbaum, Ethevaldo Siqueira,
Fabiana Zanni,
Paulo Bicarato,
Solon Brochado,
Jorge Rocha,
Carlos Cardoso,
Pollyana Ferrari e
Carla Schwingel. Ou melhor, alguns como
jornalistas e outros como blogueiros. Estava entre os blogueiros e identifiquei-me como
mestre em cibercultura e doutoranda em jornalismo digital,
Pollyana é mestre e doutora na área,
Jorge é mestre em cognição o que o levou ao jornalismo colaborativo, tema de sua pesquisa e prática.
Mas de que isso importa? Importa porque somos um país pioneiro e diferenciado em estudos sobre o jornalismo digital. Temos alguns doutores e mestres formados na área. Nossas discussões, análises e proposições em nada devem para pesquisadores dos Estados Unidos, Europa e Oceania.

Em um universo complexo, não há mais espaços para as dicotomias que o jornalismo e os jornalistas insistem em empregar de forma reducionista. Que o próximo Campus Party venha com o ciberjornalismo em seu real contexto: multilinear, multifacetário, multimidiático, colaborativo, com todos os pontos de vista que compõem a prática, com todas as ações e teorias que trazem avanços.
Este Campus Party mostrou uma importante parcela. Parabéns à Lúcia. À gente, cabe pensar em como ajudar.
Crédito da foto mesa Jornalismo e a Nova Economia: WillPubli.
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